Os pais do Joãozinho convidaram um casal amigo para um jantar lá em casa.
Sabendo como era o seu filho, o pai do Joãozinho chama-o e pede-lhe
encarecidamente para ele não fazer comentários acerca das orelhas do filho
do casal amigo, que pura e simplesmente não tinha as ditas.
Na hora marcada o casal amigo chegou, e nisto o Joãozinho corre logo para a
porta para verificar se efectivamente o rapaz tinha ou não orelhas, e
realmente constatou que era mesmo verdade, o rapaz não tinha orelhas.
Durante o jantar o Joãozinho não tirava os olhos do rapaz, até que não
conseguiu resistir e perguntou ao rapaz:
- Tu vês bem?
- Vejo. (respondeu inocentemente o rapazinho)
- Deus te conserve a vistinha ... É que se um dia tiveres que usar óculos estás f*.....!!!
Vive, dizes, no presente,
Vive só no presente.
Mas eu não quero o presente, quero a realidade;
Quero as cousas que existem, não o tempo que as mede.
O que é o presente?
É uma cousa relativa ao passado e ao futuro.
É uma cousa que existe em virtude de outras cousas existirem.
Eu quero só a realidade, as cousas sem presente.
Não quero incluir o tempo no meu esquema.
Não quero pensar nas cousas como presentes; quero pensar nelas
como cousas.
Não quero separá-las de si-próprias, tratando-as por presentes.
Eu nem por reais as devia tratar.
Eu não as devia tratar por nada.
Eu devia vê-las, apenas vê-las;
Vê-las até não poder pensar nelas,
Vê-las sem tempo, nem espaço,
Ver podendo dispensar tudo menos o que se vê.
É esta a ciência de ver, que não é nenhuma
Alberto Caeiro