Numa reportagem realizada pela agência Lusa foram contactados vários responsáveis clínicos e todos são unânimes em considerar que a crise económica, e os receios do seu impacto num eventual aumento da família, podem estar a contribuir para o crescimento do número de IVG.
Só no Hospital Dr. Fernando Fonseca (conhecido como “Hospital Amadora Sintra”), que serve 700 mil habitantes, dos quais uma significativa parte tem dificuldades socioeconómicas, as IVG aumentaram cerca de 23% em relação a igual período no ano passado, enquanto os nascimentos estão a diminuir.
Nos primeiros quatro meses deste ano foram realizadas 663 IVG através desta instituição.
O administrador daquele hospital, Artur Vaz, não hesita em atribuir este aumento à crise e aos "receios de assumir uma gravidez não planeada" em "cenários de instabilidade económica".
A mesma mensagem foi corroborada pela directora da Clínica dos Arcos, onde são realizados milhares de IVG encaminhadas pelos hospitais públicos, pelo director executivo da Associação para o Planeamento da Família (APF), Duarte Vilar, e pelo director da Maternidade Alfredo da Costa (MAC), Jorge Branco.
A agência Lusa refere ter solicitado os números de IVG realizadas a nível nacional à Direcção-Geral de Saúde (DGS), mas este organismo do Ministério da Saúde remeteu para o balanço que será apresentado em finais de Julho.